Cistos na boca: como identificar e iniciar o tratamento
17 de junho de 2020A boca é um lugar em nosso corpo bastante suscetível a doenças, muitas delas pouco conhecidas por boa parte das pessoas. Um exemplo disso são os cistos na boca, que podem se formar nessa cavidade. Apesar de possuírem características patológicas, a maioria desses cistos é benigno e possuem um tratamento fácil e de recuperação rápida.
A seguir iremos explicar um pouco mais sobre essa doença e alguns tratamentos que podem ser realizados. Continue a leitura do post para saber como identificar e tratar cistos na boca.
Como identificar cistos na boca?
Os cistos encontrados na cavidade bucal são um conjunto de sintomas associados à determinada doença que apresentam uma secreção líquida ou pastosa em seu interior, também chamados de cistos odontogênicos. Geralmente não são observados pois ficam no interior do osso – maxila ou mandíbula – e então, são identificados nas consultas de rotina, com o seu cirurgião-dentista, através das radiografias panorâmicas.
Essas formações incômodas podem surgir como resultado de uma proliferação de restos de tecidos epiteliais que foram responsáveis pela formação dos dentes. Esses restos, quando mal absorvidos pelo nosso organismo, podem se divergir de maneira patológica e formar o cisto, e geralmente estão associados a algum agente inflamatório ou traumático na região.
Lesões nodulares também podem aparecer nos tecidos moles, como nos lábios, na língua e na região das bochechas. Nódulos são aumentos de volume circulares, geralmente de fácil palpação, flácidos, e também de origem benigna, na maioria das vezes.
Como já dito anteriormente, a grande maioria desses cistos que aparecem na boca são benignos, mas isso não significa que você não deva dar a devida atenção para essa patologia, o importante é realizar um exame ou biópsia com seu dentista.
Tipos de cistos
Existem vários tipos de cistos que podem ser encontrados dentro de nossa boca por apresentarem características diferentes, aqui vamos citar três. A classificação vai de acordo com a região que é encontrado ou até com a faixa etária do paciente.
Cisto dentígero
Esse cisto é o mais comum dos cistos que se originam dos tecidos dentários – aproximadamente 20% de todos as lesões císticas encontradas na maxila e mandíbula.
Ele se caracteriza, nas imagens radiográficas, por uma imagem escura em volta do dente que ainda não irrompeu na cavidade bucal. É mais comumente associado aos dentes terceiros molares, que não irromperam na cavidade bucal.
A indicação de tratamento é cirúrgica, juntamente com a remoção do dente incluso envolvido.
Ceratocisto Odontogênico – queratocisto
Também de origem de células que formam os dentes, e assintomático, podendo não ser associado a dente incluso, como o cisto dentígero citado anteriormente. Frequentemente encontrado nas regiões de ângulo de mandíbula, estes ceratocistos podem ter um comportamento diferente dos cistos dentígeros por poderem alcançar tamanhos bastante significativos, destruindo o osso adjancente à sua localização.
Seu tratamento também é cirúrgico, com a curetagem de todo o tecido que envolve a cavidade óssea, e a taxa de recidiva (chance de o cisto voltar) neste caso, é maior, por isso, toda a lesão curetada é enviada para exame histológico para confirmação do tipo do cisto.
Havendo a confirmação de ceratocisto, o paciente é acompanhado anualmente, com radiografias de controle, para que se possa observar o aparecimento ou não da lesão no mesmo local curetado.
Essa lesão aparece geralmente em pacientes com idades em 10 e 40 anos de idade, e a mandíbula (maxilar inferior) está envolvida em 80% dos casos.
Cisto periapical
O cisto periapical é um dos cistos mais comuns encontrados na boca. É uma resposta dos tecidos do ápice dos dentes, em resposta a uma necrose da polpa (canal) do dente não tratado.
É uma lesão muito comum, corresponde a aproximadamente 54% dos casos das lesões que podem aparecer nos ápices dos dentes.
Estes cistos podem promover perda óssea importante e reabsorção da raiz dentária, levando à perda do dente.
Como a maioria casos não apresentam sintomas, esse tipo de cisto é comumente descoberto durante exames radiográficos de rotina, e a conduta de tratamento, na maioria das vezes é o tratamento endodôntico (de canal) do dente envolvido.
Tratamentos para as lesões
Como já citado, o primeiro passo para tratar essas lesões é realizar um exame para identificar o tipo de lesão envolvida.
Em diversos casos o tratamento mais comum é a remoção cirúrgica, normalmente realizada por um cirurgião Buco-Maxilo-Facial, que trata de doenças e tumores benignos na boca. Esse procedimento pode ser realizado no consultório, apenas com anestesia local ou, dependendo da patologia, pode ser realizado com anestesia geral em ambiente hospitalar.
Leia Também: Cirurgia Buco-Maxilo-Facial: entenda do que se trata essa especialidade da Odontologia
E aí? Gostou de entender sobre como identificar e tratar os cistos na boca? Se você sentir algum incômodo em sua cavidade bucal, procure um especialista, não se auto diagnostique. Continue acompanhando nosso blog para mais novidades e curiosidades.